A casa era boa. Escapava. Não era má. Mas não era como hoje. Hoje, dizem aí que está mal, mas está um paraíso. Tinha dois quartitos. Quarto, sala e a cozinha por fora. E pronto, vivia-se. Era à maneira. O mal era a dificuldade de antigamente, porque não ganhava para viver. Como é que dava?
Nós dedicávamo-nos ao terreno. A minha mãe a semear as batatas. Hoje ninguém se dedica ao campo. Com um pau era com que batia as batatas para as pôr no rego. E ela, coitadita, a cavar. Cultivávamos milho e o que calhava... Era assim a vida. O meu irmão, depois, começou cedo a ir para a floresta.