Foi um bocado difícil aprender o inglês. E muitos sabem muitas línguas. Sete línguas ou mais. É muita complicação. Os próprios pretos também não iam para outra linguagem. Eram umas sete, já não se entendiam. Eu falava muito zulu e defendia-me. Não percebia lá a outra língua. Falava mais o zulu que o inglês, porque lidava com zulus, pretos. Não tenho razão de queixa deles. Malta porreira. Educados, sem dúvida nenhuma. Não tenho nada com eles.
Havia aquele Apartheid, pronto, mas aquilo era só autocarros e restaurantes diferentes. De resto, trabalhavam com nós e iam para os “shopping centers”. Eles iam como nós comprar essas coisas. Só nos restaurantes é que é diferente. E havia casas de banho para eles lá na cidade e no comboio também era diferente. Mas de resto... Havia uma coisa que eu não gostava muito, que eu também condenava. Tinham de usar um passe e a polícia andava em cima deles. Aí é que é chato. A pessoa ser da terra e não poder trabalhar em qualquer parte do país. Eu condenava isso. Também não gostava. Mas, pronto, a terra é que mandava, o país é que mandava e eu não podia dizer nada. Agora, é que deu-se isto tudo. Estas grandes enroladas.