“Qualquer coisa era com tio Zé Augusto”

Em Côja, houve sempre médico. Acho eu que havia. Eu lembra-me sempre em Côja. Depois ia-se lá ao médico ou, se era preciso, ele vinha aqui. Mas havia aí um jeitoso! Havia, pois. Havia dois. Um era o pai do Toino Mina, que anda num carrinho de rodas. Era o Zé Augusto. Esse homem sabia muito bem. Era assim muito jeitoso para qualquer coisa. Se tivessem uma coisa qualquer, se se ferissem ou um golpe que a gente tivesse, ele curava e assim era. E havia um que era barbeiro. Esse já pouco me lembra, mas era antigo também. Chamava-se Zé Maria. Com certeza começaram assim curiosos, não sei como aprenderam. Mas a gente, qualquer coisa era com tio Zé Augusto. O meu marido - também era muito doente, que era muito diabético - por qualquer coisa dizia:

- “Chama-me o tio Zé Augusto.”

E ele cá vinha dar a injecção e qualquer coisa. O pai do Toino Mina era muito jeitoso. Tinham lá medicamentos para isso. Mas também tínhamos o chá. Isso ainda hoje há. O chá que eu agora tomo é de lúcia-lima. E é caseira. É de uma árvore. Diz que é bom para o estômago. Eu faço muito aquele chá.

Também assim era para as senhoras terem os filhos. Era em casa e era uma curiosa, uma senhora que se ajeitava, que vinha. Ainda era da família. Era uma tia do meu marido. Era a filha Etelvina e a mãe Conceição. Eu já não me lembra como é que elas faziam, mas chamavam-nas e lá tratavam de tudo. Foi sempre a tia do meu marido que me ajudou com os meus filhos. Já era velhota, mas foi sempre.