Jogava muito à macaca, jogava muito ao feijão. A gente fazia uns buracos no chão e depois com uns feijões fazíamos tudo para ganhar os feijões que caiam para o buraco. Então a gente quando via assim os feijões mais bonitos... Levávamos de casa, porque queríamos ganhar era os feijões mais bonitos. Tínhamos outro que era um quadrado e depois a gente saltava com os pés juntos, mas não me lembro bem como era esse jogo. Eram assim os jogos que a gente tinha nos recreios da escola.
Quando acabava a escola a gente brincava. A gente tem aí os conchilhos que eu às vezes mostro à minha neta. Os conchilhozitos com os ovinhos vermelhos. Então os conchilhos era a batata frita, aquelas coisas vermelhinhas eram os ovos estrelados. Brincávamos assim a fazer comeres. Brincávamos assim muito. Quer dizer agora já não há estas brincadeiras. A gente brincava com isso, brincava a fazer comeres, brincava a sermos: uma era a dona de casa outra é a filha a outra é o médico. Brincávamos assim todos. A gente não tinha nada. Era em pedras, aquelas pedras, chamam xisto. E a gente ajeitava aquela pedrinhas mais lisas eram os pratos e fazíamos assim porque naquele tempo poucos brinquedos havia. Só aquela que tivesse mais posses talvez é que teria os brinquedos, mas também não vinha trazer para a rua.
Havia cá muita madeira, tábuas e faziam assim uma espécie de triângulo com as tábuas. A gente então metia-se dentro daqueles triângulos e as tábuas eram as nossas prateleiras para a gente meter as brincadeiras. E brincávamos assim a correr umas atrás das outras. Eu nunca fui muito de correr, cansava-me muito. Brincávamos à corrida. Brincávamos ao anel. Tínhamos um anel e depois fazíamos assim nas mãos das outras cachopas e depois perguntávamos quem é que tinha o anel e se adivinhassem depois era a outra que andava com o anel. Também era ao lencinho. Fazíamos uma rodazinha e depois trazíamos um lenço na mão e corríamos por a parte de fora com o lenço. Púnhamos depois atrás de uma menina e se ela não visse, a gente chegava lá a dava-lhe assim um encontrão e seguíamos em frente. Se ela visse o lenço, então rodava ela e eu é que tinha que rodar para o lugar dela. Quando não, ela apanhava-me e eu tinha que ficar no meio. Fazíamos assim muitos jogos. Assim muitas parodiazitas.
Também tínhamos bonecas. A minha mãe comprou-me uma vez uma boneca muito bonita na feira, mas essa boneca eu não podia andar com ela que podia estraga-la. Mas havia assim outras bonequitas plásticas. Pronto para nós já era muita coisa. Uma boneca plástica já era muito. A gente também levava as bonequitas, brincávamos com as bonecas. Era muita inocência antigamente ao pé de agora.