O dia do casamento foi um dia dos mais frios que houve nessa época. O dia 11 de Fevereiro de 1956, um dia tremendamente frio. Aquilo foi um casamento à maneira da época, casámos na Benfeita às 10 horas e qualquer coisa.
Ia com um fato preto, que era o que se usava naquele tempo. Com um corte que eu nunca gostei, daqueles de traçar, que era mais bonito, ou mais não sei quê e com uma gravata que ainda tenho e uma camisa branca normal. O fato desapareceu, levei-o para África e por lá ficou.
A noiva ia com um vestido branco e com um véu a tapar a cara até à igreja e lá é que tirou o véu.
No fim houve festa, almoço, houve jantar e almoço ao outro dia. Hoje faz-se num dia só. Foi um almoço confeccionado localmente, por pessoas da terra, com ementa tradicional. A comida era mais a chanfana e aqueles pratos tradicionais. Assim como as sobremesas era mais tigelada, arroz-doce e leite creme.
Não havia lua de mel. Eu casei-me no Sábado gordo, como costumam dizer, o Sábado anterior ao Carnaval, Quarta-Feira de Cinzas fui trabalhar. Nada de descanso. Nós éramos resistentes.