Eram muito complicados os namoros. Muito restritos. Não havia sequer um pouco de liberdade, era tudo praticamente inspeccionado. Era tudo passado a pente fino.
Conheci a minha esposa do tempo da escola. Éramos conhecidos, mas não com qualquer contacto especial que diferencie de outras raparigas.
Começámos a namorar e depois comecei a ir a casa dela. Tive que a pedir em casamento aos pais. Geralmente jantava em casa dela porque eu morava na Dreia, nessa altura. Enfim, um dia, pelo Carnaval, tínhamos decidido casar, e quando estávamos para ir para o baile eu fiz-lhe sinal que fosse andando. Nessa altura, falei com os pais e disse:
- A nossa intenção é esta assim, assim. Qual a vossa opinião?
Aquela resposta das pessoas daquela idade:
- “Vocês é que sabem.”