Eu e os meus irmãos fomos todos baptizados. Íamos à igreja na Benfeita, assinávamos o Registo, dávamos um nome e era assim. Mas não andei na catequese. Antigamente, ensinavam-nos o Padre Nosso. Eu servi numas casas em que antes de se começar a almoçar ou a jantar - que naquele tempo o jantar era ao meio-dia e à noite era a ceia - tinha de se rezar. Que remédio! Tinha de se rezar o Padre Nosso primeiro, porque era preciso comer. Mas nunca houve padre algum que me confessasse. Nunca! Respeito, mas confessar-me aos padres... nunca me confessei.
Só ia à missa quando calhava. É como agora. Agora vou à missa. Se morre uma pessoa qualquer ou há uma missa pela alma de alguém, vou e respeito. Não me custa nada lá ir. Por vezes, o importante não é a gente ir à missa. É ter um bocadinho de respeito pela pessoa que cá fica. Para os que morreram, é igual. Ir lá à missa ou não, para esses é igual.