A água chegava aos campos por pocinhas. Fazia-se tanques, com nascentes e faziam-se aquelas poças. Depois a gente tinha de deitar a água para os campos. Mas água havia sempre porque era uma espécie de ribeira. A água era sempre nossa, que a gente estava ali sozinhos. E púnhamos água para o milho, e para as batatas.
Depois vinha a vindima. Toca a vindimar. A vindima era carregar com carregos para casa, depois o meu pai esmagava aquilo para uma dorna, que era para o vinho ferver e depois tirar para os pipos. Já estava assente e aquilo tudo. Não vendíamos o vinho. Não dava. Dava só para dar e assim, nunca vendiam. Agora é o meu marido que pisa o vinho!
Gostava que no Monte Frio estivessem mais pessoas novas. Está tudo velho. Vai-se tudo embora. Depois os que vão já nem querem saber disto para nada.