Em Lisboa andei a trabalhar nas garagens e nas estações de serviço. Aprendi a lavar carros. Foi o meu falecido cunhado Guilherme, que era irmão da minha falecida, que me chamou para lá. Esse homem foi para mim mais que um pai. Ele é que fez com que eu fosse aprender a ler e a escrever. Em Lisboa, em 1952, já eu passei a minha primeira factura a um cliente. Nunca me esquece.
Eu e a minha mulher éramos pobres, porque tinha poucas propriedades. E foi assim a nossa vida, uma vida de escravo. Fartámo-nos de trabalhar.