Depois da escola, no Verão, ia sempre ajudar a minha mãe no campo. A minha mãe fazia-me levantar às quatro horas da manhã para ir roçar um molhito de mato. Eu punha um casaco por baixo e dormia até ela acabar de roçar. Arranjava um molho para ela e outro para mim. Também ajudava a carregar o milho e a carregar a erva para a fazenda. Ficava lá a ajudá-la um bocado e, depois, quando era hora, ia para a escola. Quase sempre em jejum ou com uma tigelita de café com broa, mais nada. Ao almoço comia sopa e isso é que a mim me contrariava muita vez, mas tinha de ser. Quando havia carne de porco, ainda se comia carne, mas isso também era muito difícil. Andei assim talvez durante meio ano, até me ir embora para Lisboa .