Antes de começar a sair o carvão do Alentejo, o carvão era aqui na serra. Ainda empregava muita gente, a fazer o carvãozinho de torga, aí de medronheiro. Há quem dê outro nome ao medronheiro, que dava um carvãozito para as forjas, para temperar o ferro, esse carvão era melhor. Depois começou a aparecer o carvão do Alentejo. Mas isso já era mais para churrasqueiras, para aquecimento, essas coisas todas. Ainda cheguei a carregar carvão na serra. Quando não tinham estradas, transportavam em animais de carga. Punham os sacos e transportavam para um sítio mais perto onde já fosse uma camioneta ou um camião buscar. Eu quando nasci já a estrada estava construída. Embora em terra batida já havia estrada em direcção ao Porto da Balsa. Depois apareceu a ligação para a Beira Baixa. Foi para o lado do Piódão, para a Senhora das Preces, para Arganil e tudo isso. Depois houve uma altura que era mais florestal e abriram muitas estradas. A primeira estrada foi de cima da serra para baixo. A estrada de Pai das Donas a Luadas, foi a florestal que a fez. O primeiro carro que foi lá foi pela serra foi do engenheiro florestal, que nessa altura era o engenheiro Lino. Ele é que abriu as estradas de floresta. Mas aos Pardieiros não lhe chegava no meu tempo. Os Pardieiros já eu era casado quando a estrada lá chegou. Eu andei lá a ajudar.